segunda-feira, 25 de julho de 2011

Autor de ataques na Noruega utilizou balas que são proibidas em guerras

Segundo médico que atendeu às vítimas, o agressor utilizou balas que têm os extremos ocos para que o núcleo se fragmente no choque

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AFP
Homenagem às vítimas dos atentados na Noruega
Natureza das balas utilizadas dificultou o trabalho dos médicos
Berlim - O autor confesso dos atentados na Noruega, Anders Behring Breivik, usou um tipo de munição especial, proibida nas guerras, para provocar o maior número de mortes possível em seu ataque ao acampamento de jovens, segundo um médico que atendeu às vítimas.
Em entrevista à imprensa local, o cirurgião chefe do Hospital Ringerike, Colin Poole, que tratou de 16 feridos no tiroteio da ilha de Utoya, assegura que o agressor utilizou balas que têm os extremos ocos para que o núcleo se fragmente no choque.
"Essas balas provocam uma devastação dentro do corpo das vítimas. Os ferimentos internos que tinham eram absolutamente terríveis", disse Poole.
Ele acrescentou que as balas causaram graves danos aos feridos, em sua maioria jovens e adolescentes, e dificultaram o trabalho da equipe de cirurgiões do hospital.
"Tivemos dificuldades pelo tipo de dano que essas balas especiais provocam. O efeito que causam dentro do corpo é similar ao de milhares de agulhas e alfinetes", revelou o cirurgião.
Poole acrescentou que este tipo de munição é muito difícil de ser comprada legalmente na Noruega.
Essas balas, cujo uso é proibido nas guerras desde 1899, são utilizadas em ocasiões muito específicas, como em operações antiterroristas.
Na sexta-feira passada, Breivik matou pelo menos 93 pessoas em dois atentados em Oslo e em um acampamento de jovens social-democratas na ilha de Utoya, a cerca de 40 quilômetros da capital norueguesa.

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para suspeito de ataques

Segundo a emissora TV2, também será solicitado que a audiência seja realizada a portas fechadas

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Getty Images
Anders Behring Breivik, autor do atentado em Oslo
Behring Breivik, de 32 anos, é o principal suspeito de ter realizado os ataques que deixaram 93 mortos em Oslo e na ilha de Utoya na sexta-feira
Oslo - A polícia norueguesa pedirá excepcionalmente oito semanas de prisão provisória para Anders Behring Breivik, acusado pelo massacre que vitimou 93 pessoas no país, quando ele comparecer nesta segunda-feira pela primeira vez à Justiça, informou o canal TV2.
Será também solicitado que a audiência seja realizada a portas fechadas, acrescentou a rede de TV.
Viola Bjelland, porta-voz da polícia, confirmou à AFP que, em circunstâncias excepcionais, podem ser pedidas oito semanas de detenção, o dobro do habitual.
"Geralmente, o máximo é de quatro semanas, mas em casos especiais pode-se pedir até oito semanas", esclareceu Bjelland, que no entanto não soube dizer se este será o caso nesta segunda-feira, mas garantiu que de fato a polícia solicitará que a audiência seja a portas fechadas.
Behring Breivik, de 32 anos, é o principal suspeito de ter realizado os ataques que deixaram 93 mortos em Oslo e na ilha de Utoya na sexta-feira.
O acusado, no entanto, prefere que a audiência seja pública e quer se apresentar vestido de uniforme, informou seu advogado na noite de domingo.
O juiz se pronunciará a princípio sobre o eventual caráter público da audiência e, em seguida, decidirá sobre a prisão provisória do rapaz.

domingo, 24 de julho de 2011

Compartilhar: facebook twitter orkut e-mail comentar Recém-nascida sequestrada em São Gonçalo deixa hospital 24 de julho de 2011 • 13h39 • atualizado às 13h56 Comentários 0 Notícia Reduzir Normal Aumentar Imprimir A pequena Ayana Milla Barbosa de Moraes, sequestrada na sexta-feira de dentro do Hospital São José dos Lírios, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, teve alta na manhã deste domingo. A recém-nascida passou por uma bateria de exames e foi para casa com os pais, Eliza da Silva Barboza e Joffre Lazarius, ambos de 27 anos. Ayana foi entregue à mãe por volta da 1h deste domingo depois que a sequestradora Tanit Cardoso Peixoto se entregou à polícia. "Ela está nascendo de novo e eu também. Parece que foi tudo um pesadelo, mas tive a certeza de que alguém iria denunciar aquela mulher e minha filha iria aparecer", disse Eliza com Ayanna no colo, cercada por fotógrafos e funcionários do hospital. Parentes disseram que a criança veio chorando de fome durante a viagem de Cordeiro ao Rio. Eliza falou sobre sua revolta com a atitude de Tanit, que justificou seu ato, em depoimento prestado na 72ª Delegacia de Polícia, afirmando que perdera um filho adotivo, requisitado há dois meses de volta pela mãe verdadeira. Segundo o hospital, os exames não mostraram nenhuma alteração na saúde da menina e ela foi liberada por volta das 11h. Com informações de O Dia.

 
 

Recém-nascida sequestrada em São Gonçalo deixa hospital
24 de julho de 2011 13h39 atualizado às 13h56

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A pequena Ayana Milla Barbosa de Moraes, sequestrada na sexta-feira de dentro do Hospital São José dos Lírios, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, teve alta na manhã deste domingo. A recém-nascida passou por uma bateria de exames e foi para casa com os pais, Eliza da Silva Barboza e Joffre Lazarius, ambos de 27 anos.
Ayana foi entregue à mãe por volta da 1h deste domingo depois que a sequestradora Tanit Cardoso Peixoto se entregou à polícia. "Ela está nascendo de novo e eu também. Parece que foi tudo um pesadelo, mas tive a certeza de que alguém iria denunciar aquela mulher e minha filha iria aparecer", disse Eliza com Ayanna no colo, cercada por fotógrafos e funcionários do hospital.
Parentes disseram que a criança veio chorando de fome durante a viagem de Cordeiro ao Rio. Eliza falou sobre sua revolta com a atitude de Tanit, que justificou seu ato, em depoimento prestado na 72ª Delegacia de Polícia, afirmando que perdera um filho adotivo, requisitado há dois meses de volta pela mãe verdadeira.
Segundo o hospital, os exames não mostraram nenhuma alteração na saúde da menina e ela foi liberada por volta das 11h.
Com informações de O Dia.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

rio de janeiro
PMs mataram Juan, afirma delegado
Crime ocorreu sem confronto, diz polícia.
141 milhões afetados
Calor afeta quase metade dos EUA
Sensação de 55º C já matou 13, diz órgão.
conflito agrário
Pedida prisão de 3 em caso de extrativistas
Casal foi assassinado no Pará em maio.
Já sabia quem era o mandante, diz irmã de vítim

terça-feira, 19 de julho de 2011

Confirmação do suicídio de ex-presidente
encerra episódio da história chilena

Havia a suspeita de que Salvador Allende tivesse sido morto por soldados de Pinochet
EFE
Salvador Allende-Chile30.04.1971/AFP
Versão oficial da morte afirma que Allende cometeu suicídio quando sofreu golpe de Estado

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A confirmação de que o presidente chileno Salvador Allende se suicidou no dia 11 de setembro de 1973, durante o bombardeio ao Palácio de La Moneda, contribuiu para fechar um emblemático episódio da história recente do país, sobre o qual pairavam algumas dúvidas.
O SML (Serviço Médico Legal) do Chile divulgou nesta terça-feira (19) o resultado de um relatório científico, solicitado pela Justiça, que concluiu que o presidente se matou durante o golpe militar liderado por Augusto Pinochet, tal como sustentava a versão mais conhecida, defendida também por sua família.
A filha do político, Isabel Allende, disse que ele, “diante das circunstâncias extremas em que viveu, tomou a decisão de se suicidar antes de ser humilhado ou viver qualquer outra situação”. Isabel, que é senadora, agradeceu o trabalho dos especialistas e declarou que a conclusão dará tranquilidade à família, que sempre acreditou na versão dos médicos de que Allende estava sozinho em seu escritório no momento de sua morte e não houve intervenção de terceiros.
Frente à versão do suicídio surgiu a hipótese de que o ex-presidente poderia ter sido assassinado pelos militares golpistas que atacaram La Moneda (sede de governo) após bombardeá-lo e incendiá-lo, ou que o ex-presidente falhou ao tentar suicídio e acabou sendo morto por um de seus colaboradores próximos.
O documento foi entregue ao juiz da Corte de Apelações de Santiago Mario Carroza, encarregado da investigação judicial, que agora deverá estudá-lo. O relatório, de mais de cem páginas, foi elaborado pelo SML e cinco especialistas estrangeiros, com a colaboração da Polícia de Pesquisas, e a conclusão foi unânime.
Os exames confirmam "um só ferimento" que causou a morte de Salvador Allende, disse o diretor do SML, Patrício Bustos.
De acordo com o médico espanhol Francisco Etcheverria, "a lesão que existe no encéfalo aconteceu em consequência de um disparo com arma de fogo, com um fuzil que estava praticamente apoiado na mandíbula, na parte inferior, no queixo".
O perito balístico britânico David Pryor disse que a arma usada foi um fuzil AK-47, presente do líder cubano Fidel Castro, que foi perdido após o golpe. O especialista afirmou que "há evidência de duas balas", ambas disparadas em um mesmo movimento, pois a arma estava em posição automática, o que permite disparar várias balas por segundo.
– Há dois cartuchos da mesma arma, mas foi encontrada apenas uma bala. Não temos nenhuma pista de onde está a segunda.
Bustos explicou que o trabalho pericial teve quatro fases: a comprovação da identidade do corpo exumado, a causa de morte (ferimento de projétil), a forma (suicídio) e a circunstância (golpe militar).
Durante esse processo, foram realizados exames odontológicos e genéticos e perícias antropológicas e balísticas, nas quais colaboraram antropólogos, arqueólogos, geneticistas e especialistas em balística e em ciência legista.
O diretor do SML disse esperar que essa “seja uma etapa importante na busca pela verdade, como em outros casos de violações aos direitos humanos, para dar espaço à Justiça, que é o que necessita a sociedade chilena”.
Atendendo a um pedido do governo chileno, os exames foram observados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que validou "completamente e com total certeza a qualidade do processo. Carroza ouviu nas últimas semanas vários oficiais da Força Aérea para averiguar o nome dos pilotos que bombardearam La Moneda e ordenou exames em dois fuzis, diante da possibilidade que um deles seja o usado por Allende.
Com essas descobertas e o relatório entregue nesta terça-feira, o juiz deverá estabelecer a verdade judicial que fechará um dos episódios mais sangrentos da história do país, que 38 anos depois ainda continuava imerso em dúvidas.
"Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe

Assessores de Murdoch tentaram evitar escândalos por muitos anos


The New York Times
Escutas telefônicas que forçaram fechamento do News of the World, no entanto, expuseram problemas da News Corp. de maneira única
Foto: AP
Dois dias antes da notícia de que o News of the World havia grampeado o celular de uma estudante assassinada, que deu início a um escândalo que abalou o império de mídia de Rupert Murdoch, seu filho James disse a amigos que achava que o pior dos problemas tinha ficado para trás. E ele estava confiante de que oferta de US$ 12 bilhões da News Corp. pela empresa British Sky Broadcasting (BSkyB) seria aprovada.
Agora, depois de seu tenente mais confiável, Rebekah Brooks, ter sido presa por suspeita de adotar a prática de escuta telefônica e pagar à polícia para obter informações, a oferta de compra ter sido abandonada, o jornal News of the World de 168 anos ter fechado e outros nove terem sido detidos, Rupert Murdoch e James enfrentaram um Parlamento britânico enfurecido nesta terça-feira. Um espetáculo que colaboradores mais próximos de Rupert Murdoch passaram anos tentando evitar.
Entrevistas com dezenas de pessoas envolvidas no escândalo de escutas telefônicas, inclusive funcionários atuais e antigos, fornecem uma visão interna de como um pequeno grupo de executivos adotou estratégias ao longo dos anos que tiveram o efeito de obscurecer a extensão dos delitos na redação do tabloide mais vendido da Grã-Bretanha. E, uma vez que o escândalo de escutas telefônicas tomou maiores proporções, eles agiram em vão para evitar os danos.
Evidências indicando que o jornal News of the World pagou à polícia por informações não foram entregues às autoridades por quatro anos. Sua empresa-mãe pagou grandes somas de dinheiro para aqueles que ameaçaram uma ação legal, pela condição de silêncio. O tabloide continuou a pagar repórteres e editores cujo conhecimento poderia ser constrangedor mesmo depois de eles terem sido demitidos ou presos. O computador de um editor foi destruído, e as evidências registradas em email perdidas. Conselhos internos para que aceitassem a responsabilidade foram ignorados, segundo ex-executivos.
John Whittingdale, membro conservador do Parlamento e presidente do comitê para quem Murdoch se apresentou nesta terça-feira, disse que a empresa precisa declarar a profundidade dos delitos, quem os autorizou e quem sabia o que e quando. "O Parlamento foi enganado", disse Whittingdale antes da audiência. "Essa vai ser uma discussão longa e pormenorizada".
Murdoch já havia indicado que cooperararia. "Achamos que é importante estabelecer absolutamente a nossa integridade aos olhos do público", disse ele na semana passada. "É melhor ser o mais transparente possível".
O representante de Brooks, David Wilson, disse que ela mantém a sua alegação de inocência e aguardava ansiosamente a chance de limpar seu nome, mas se recusou a responder perguntas específicas.
Conforme poucas revelações se tornam uma enxurrada, a empresa mudou de uma postura de contenção para modo de crise. Brooks e outros inicialmente falaram, o que acredita-se ser verdade, que outros jornais também haviam adotado a prática de escutas telefônicas e tentaram desenterrar evidências para provar isso, mostram as entrevistas. Em uma reunião privada, Rupert Murdoch advertiu Paul Dacre, editor do jornal rival Daily Mail e um dos homens mais poderosos da Rua Fleet (associada aos grandes veículos de imprensa britânicos) que "não somos os únicos cães ruins na rua", de acordo com um relato de Dacre à sua equipe de gestão. O porta-voz de Murdoch não respondeu a pedidos de comentário sobre suas conversas privadas.
Ex-executivos da empresa e ex-assessores políticos afirmam que os executivos da News International realizaram uma campanha de vazamentos seletivos implicando a gestão anterior e a polícia. Funcionários da empresa negam isso. A Polícia Metropolitana respondeu com um comunicado alegando que existe uma "campanha deliberada para prejudicar a investigação alegando o pagamento de policiais corruptos por jornalistas corruptos?.
Murdoch participava de uma conferência em Sun Valley, Idaho, no início deste mês, quando ficou claro que o último escândalo de escutas telefônicas não seria como ele primeiro pensou, um problema passageiro. De acordo com uma fonte próxima ao magnata, um executivo sênior propôs que ele pegasse "um voo comercial para Londres" para que fosse visto como um homem do povo. Ele disse que isso seria difícil e chegou à capital britânica em um jato Gulfstream G550 privado.
Inquéritos
A tempestade para a qual Murdoch seguiu estava sendo preparada desde 2006, quando o repórter que cobria a realeza pelo tabloide e um detetive particular foram processados por invadir mensagens pessoais da família real em busca de notícias exclusivas. Durante anos, os executivos da empresa insistiram que aquela postura se limitava a um "repórter desonesto".
Andy Coulson renunciou ao cargo de editor do News of the World após a acusação, mas disse que não sabia de nada. "Se você está falando de escutas ilegais realizadas por um investigador particular, isso não faz parte da nossa cultura em nenhum lugar do mundo, muito menos na Grã-Bretanha", disse Rupert Murdoch em fevereiro de 2007.
Mas acontece que quase desde o início, os executivos da News International, a subsidiária britânica da News Corp. dona do tabloide, tiveram acesso a informações que indicam que outros repórteres também estiveram envolvidos na prática.
A informação veio de milhares de páginas de registros com os nomes de milhares de possíveis alvos de escutas telefônicas que a Scotland Yard apreendeu durante o caso da Família Real britânica na casa do investigador privado, Glenn Mulcaire, que trabalhava para o tabloide. Embora a polícia tenha em grande parte limitado suas investigações à realeza, os advogados que representavam pessoas que acreditavam ter sido vítimas de escutas telefônicas lutaram para ter acesso aos registros de Mulcaire e os mostraram a executivos do tabloide durante o processo judicial.
Nos primeiros casos, a News International viu documentos nomeando outros jornalistas, de acordo com os detalhes dos casos obtidos pelo jornal americano The New York Times. Anotações nos arquivos de Mulcaire incluem os nomes "Ian" e "Neville", em aparente referência ao editor de notícias, Ian Edmondson, e ao repórter-chefe, Neville Thurlbeck.
James Murdoch, que supervisiona as operações da News Corp na Europa e Ásia, fechou um acordo de 700 mil libras (cerca de R$ 1,77 milhão ) com Gordon Taylor, líder do sindicato de futebol que foi o primeiro a processar a empresa. Uma condição do pagamento foi a confidencialidade.
Neste mês, James Murdoch reconheceu que estava errado em resolver o processo com um acordo, dizendo que ele não "tinha conhecimento completo do caso" no momento.
Brooks pessoalmente persuadiu Max Clifford, um publicitário de celebridades, a retirar seu caso da justiça em troca de uma compensação ainda maior, disse Clifford. Ele foi pago para fornecer dicas para o jornal - um acordo que ele disse ter totalizado 1 milhão de libras (R$ 2,5 bilhões). Além dos arquivos Mulcaire, outra provável fonte de informação sobre a prática de escutas telefônicas adotada pelo News of the World são os emails internos.
Mesmo enquanto enfrentava uma enxurrada de reclamações nos últimos anos, a News International reconheceu não ter tomado todas as medidas necessárias para preservar emails que pudessem conter indícios da prática de escutas telefônicas até o outono passado. Quando o News of the World mudou sua sede no fim do ano passado, o computador usado por Edmondson foi destruído no que a empresa descreve como um procedimento padrão.
A empresa afirmou em tribunal que grande quantidade de seus emails entre 2005 e 2006 - no auge da prática de escutas telefônicas - havia sido perdida. Funcionários da empresa culparam incompetência, e não conspiração, pela perda.
Informações
A News International posteriormente reconheceu que algumas mensagens podem ser recuperadas de discos de backup, e a polícia está tentando recuperar essa informação agora, disse Tom Watson, parlamentar do Partido Trabalhista.
No ano passado, um especialista em computação forense disse que a empresa contratou para ajudá-lo a cumprir uma ordem judicial de entrega de documentos fez uma descoberta surpreendente: três emails enviados a Edmondson contendo senhas que permitiam o acesso a correios de voz, bem como nomes e números de telefone, disse um funcionário.
O jornal demitiu Edmonson e entregou os emails para a polícia. Os emails foram um fator importante na decisão de abrir um inquérito sobre a prática de escutas telefônicas pela Scotland Yard, de acordo com a líder da investigação Sue Akers. Edmondson passou perguntas para seu advogado, que não respondeu.
Em abril, a polícia prendeu Edmondson, juntamente com Thurlbeck. Poucos dias depois, a News International emitiu um pedido de desculpas dizendo: "É agora evidente que nossas investigações anteriores não conseguiram descobrir evidências importantes."
A News International há anos disse que uma investigação interna em 2007 mostrou que a prática de escutas telefônicas não era generalizada, mas entrevistas recentes com os funcionários da empresa indicam que o inquérito tinha um propósito diferente. Ele foi destinado a defender a empresa de uma ação movida por Clive Goodman, setorista da Família Real do tabloide e que havia sido demitido por fazer uso de escutas telefônicas. Ele alegou que a demissão foi injusta, porque os outros faziam o mesmo com conhecimento da chefia.
Colin Myler, que sucedeu Coulson como editor do News of the World, disse ao Parlamento em 2007 que a News International havia entregue até 2.500 emails para o escritório de advocacia Harbottle & Lewis, que a empresa havia retido. Em uma carta ao Parlamento na época, a empresa disse que não encontrou nada nos emails que sugerisse ligação de seus três principais editores - Coulson, Neil Wallis e Edmondson ? à prática de escutas telefônicas.
Mas um funcionário da empresa falando sob condição de anonimato, disse que os 2,5 mil emails dado à empresa estavam relacionados apenas com Goodman e representavam apenas uma pequena parte do tráfego de email da empresa.
Desde que a Scotland Yard começou sua nova investigação em janeiro, com acesso a mais documentos internos, todos os três editores, que já não trabalham no jornal, foram presos. Dois funcionários da empresa disseram que o inquérito interno de 2007 foi de fato supervisionado por Les Hinton, então presidente-executivo da News International e que pediu demissão na sexta-feira de seu cargo de presidente-executivo da Dow Jones. Hinton disse ao Parlamento em 2007 que Myler "analisou milhares de emails?. Mas Myler não recebeu acesso direto aos emails, segundo funcionários da companhia. Hinton não respondeu a uma mensagem, mas em uma declaração anunciando a sua demissão, ele disse que "ignorar o que aparentemente aconteceu?.
Enquanto os emails analisados no inquérito interno em 2007 não mostraram nenhuma evidência direta de escutas telefônicas, de acordo com três funcionários da empresa eles contêm sugestões de que Coulson pode ter autorizado pagamentos à polícia para obter informações. Ainda assim, a News International entregou os documentos à polícia nos últimos meses, levando a mais uma investigação, desta vez sobre o possível suborno policial.
Não está claro quem na News International viu os emails em questão, ou se o escritório de advocacia o selecionou. A empresa, citando obrigações de confidencialidade com seu cliente, recusou-se a comentar a questão, assim como a News Corp.
Mais recentemente, conforme os processos judiciais e as detenções se acumulavam, a dissenso cresceu dentro da News International, como mostram algumas entrevistas.
Depois que Edmondson foi demitido e preso, Brooks pressionou para que a ele fosse paga uma bolsa mensal, de acordo com uma pessoa com conhecimento da operação. Depois de um desacordo interno, os pagamentos foram transferidos do orçamento da redação para a News International.
A empresa colocou outros jornalistas em licença remunerada após a sua prisão, alegando que eram inocentes até que se provem culpados, segundo um porta-voz da companhia. Em meados do ano passado, os advogados da News International e alguns executivos pediam que a empresa aceitasse alguma responsabilidade, disseram dois funcionários com conhecimento direto do caso. Brooks discordou, de acordo com três pessoas que descreveram o debate interno. "Seu comportamento ao longo de todo o escândalo tem sido resistir, resistir, resistir", disse um funcionário da empresa.
Escândalo
Ao longo dos últimos meses, Brooks liderou uma estratégia que parecia destinada a difundir a culpa na Rua Fleet, segundo entrevistas. Diversos ex-jornalistas do News of the World disseram que ela lhes pediu para desenterrar evidências da prática de escutas telefônicas. Um deles disse em uma entrevista que o alvo de Brooks não era o seu próprio jornal, mas seus rivais.
Dacre, o editor do Daily Mail, disse a seus gerentes seniores que havia recebido diversos relatos de celebridades, empresários, jogadores de futebol e agências de relações públicas de que dois executivos da News International, Will Lewis e Simon Greenberg, haviam encorajado investigar se seus telefones haviam sido grampeados pelos jornais do Daily Mail.
"Eles achavam ser injusto que todo o foco estivesse no News of the World", disse um oficial do News International com conhecimento do esforço. Os dois homens disseram a colegas que não fizeram tais ligações, mas dois funcionários da empresa contestam a afirmação.
Dacre confrontou Brooks no café da manhã no Hotel Brown. "Você está tentando derrubar toda a indústria", disse a ela a Dacre, de acordo com um relato que ele retransmitiu para sua equipe de gestão.
Brooks, cuja tenacidade é lendária, não se intimidou. Em um jantar, Lady Claudia Rothermere, a esposa do bilionário dono do Daily Mail, ouviu Brooks dizer que o Daily Mail era tão culpado quanto o News of the World. "Nós não agimos fora da lei", disse Rothermere, de acordo com duas fontes que estavam presentes. Brooks perguntou quem Rothermere achava que era, "Madre Teresa?"
O escândalo que ardeu durante anos foi inflamado este mês com a notícia de que o tabloide havia invadido as mensagens telefônicas de Milly Dowler, uma menina de 13 anos desaparecida que foi posteriormente encontrada morta. Brooks, que foi editora do News of the World durante a escutas telefônica de Dowler, emitiu um pedido de desculpas, dizendo que ficaria horrorizada "se as acusações fossem verdadeiras".
Na últimas duas semanas, uma série de vazamentos atingiu outros meios de comunicação britânicos que pareciam ter como intenção transferir a culpa da News International para Coulson e a Polícia Metropolitana. De acordo com assessores de políticos e executivos da News Corp., o mais provável vazamento veio de dentro da empresa.
Vazamentos para o Sunday Times, a BBC, e o ex-empregador de Greenberg, o jornal The London Evening Standard, deram detalhes dos supostos pagamentos feitos por Coulson à polícia e culparam a gestão anterior da News International.
Greenberg não respondeu diretamente a pedidos de comentários. Mas um porta-voz da News International passou aos repórteres uma declaração de Akers, o chefe da investigação policial, elogiando ele e Lewis pela cooperação com a polícia.
A Polícia Metropolitana disse estar "extremamente preocupada" de que a liberação de informações selecionadas "conhecidas por um pequeno grupo de pessoas" presentes nas reuniões entre a News International e a polícia "possa ter um impacto significativo na sua investigação de corrupção?.
Na semana passada, Rupert Murdoch disse ao Wall Street Journal que a News Corp. havia lidado com a situação "extremamente bem em todas as frentes possíveis", com exceção de alguns "pequenos erros".
No fim de semana, conforme Murdoch era treinado para enfrentar o Parlamento nesta terça-feira por uma equipe de advogados e especialistas em relações públicas, um anúncio de página inteira da News Corp. apareceu em todos os grandes jornais britânicos. "Lamentamos", dizia.
*Por Jo Becker e Ravi Somaiya

Prefeitura e Crea-RJ definem inspeção de 550 bueiros por dia no Rio

Publicada em 19/07/2011 às 16h57m
Simone Cândida (simone.candida@oglobo.com.br) e O Globo (granderio@oglobo.com.br)
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Mais um bueiro explode e deixa um ferido em Botafogo (Foto: Marcelo Piu / Agência O Globo) RIO - Após as recentes explosões de bueiros na cidade, a prefeitura e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) fecharam nesta terça-feira o termo de referência com as especificações técnicas para a contratação de uma empresa para serviço de monitoramento independente de bueiros no Rio. Os serviços serão pagos pela prefeitura e a contratação será feita em caráter emergencial, por seis meses. A iniciativa faz parte do acordo de cooperação técnica firmado entre a prefeitura do Rio, governo do estado, Ministério Público e Crea-RJ.
Mais cedo, o Procurador-Geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, encaminhou ofício à Coordenação das Promotorias de Justiça de Investigação Penal do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) para que sejam investigadas, em âmbito criminal, as recentes explosões em bueiros. Segundo o procurador, a apuração dos fatos deverá ter como fundamento o artigo 251 do Código Penal, que prevê prisão de até quatro anos e multa para quem colocar em perigo a vida e a integridade física ou o patrimônio de terceiros mediante explosão que não seja provocada por dinamite ou outros explosivos.
"A situação está insustentável. Independentemente das providências urgentes que devem ser adotadas na esfera administrativa, entendo que as explosões ocorridas devem ser investigadas também sob o enfoque criminal", afirma Soares Lopes, em nota.
Já a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio (Agenersa), que tem o dever de fiscalizar a CEG, informou por meio de nota "que instaurou processo administrativo para investigar as causas da explosão do bueiro na Rua Camuirano, em Botafogo , uma vez que foi detectada a presença de gás." Ainda de acordo com a nota, agentes da Câmara Técnica da Agenersa estiveram no local e aguardam laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) para avaliar medidas a serem tomadas caso o gás encontrado no bueiro seja de responsabilidade da CEG.
VÍDEO: Explosão de bueiro assusta moradores de Botafogo
FOTOGALERIA: Veja imagens dos estragos causados pela explosão
A empresa que fará a inpeção de bueiros será responsável pela realização de 500 monitoramentos diários de Caixas de Inspeção (CI) e 50 monitoramentos diários de Câmaras Transformadoras (CT), segundo as especificações técnicas. Por mês, deverão ser realizados 10.000 monitoramentos de CI e 1.000 monitoramentos de CT.
A reunião nesta terça-feira teve a participação do secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osorio; o procurador do município, Ricardo Limongi; o presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro; e o coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA-RJ, Luiz Antônio Cosenza.
O monitoramento de risco deverá ser feito com detectores de gás (explosímetros), com leitura direta, para verificar a presença de gases inflamáveis e explosivos. Nos casos onde for comprovada a presença de gás na faixa de explosividade, a empresa deverá informar imediatamente o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, as empresas concessionárias e respectivas agências reguladoras, o Crea-RJ e o Ministério Público.
Na tarde desta terça-feira, o Conselho vai publicar no seu site oficial (www.crea-rj.org.br ) a abertura de inscrições para as interessadas. O prazo acaba nesta quinta-feira, às 18h. No dia seguinte, a prefeitura enviará carta convite às empresas para que apresentem suas propostas até quarta-feira da semana que vem, dia 27 de julho.
O local onde um bueiro da Light explodiu na manhã de segunda-feira , na Rua Camuirano, em Botafogo, segue isolado nesta terça. A interdição se mantém por determinação de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli, que detectaram presença de gás na rede subterrânea local. Em nota, a Light informa que ainda trabalha para restabelecer o fornecimento de energia de dois apartamentos do prédio que fica em frente ao bueiro, e um gerador foi mantido na rua para uma eventual necessidade. O prédio chegou a ficar completamente às escuras após a explosão, que destruiu janelas do primeiro andar e a vitrine de uma loja no térreo. Nas demais dependências do edifício, a luz elétrica já foi normalizada.
Apesar de ter assinado o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) há 11 dias , a Light não poderá ser multada pela explosão do bueiro em Botafogo, já que ela aconteceu poucas horas antes de o termo ser homologado. Segundo o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Rodrigo Terra, para que a multa de R$ 100 mil fosse aplicada, o documento precisava estar valendo no momento do acidente.
O documento também obriga a Light a reformar quatro mil câmaras subterrâneas nos próximos dois anos, com monitoramento centralizado e o uso de sensores eletrônicos de gás, de água e de presença humana para prevenir novos acidentes. Já com relação à adesão da Companhia Distribuidora de Gás do Rio (CEG) ao TAC, o processo foi suspenso a pedido do próprio MP.
"O exame detido dos termos do acordo revela que sua homologação vem ao encontro do interesse da coletividade, uma vez que enseja a solução célere da questão controvertida. Ademais, faz-se necessário reconhecer que ambas as partes se empenharam no sentido de solucionar a demanda", explicou o juiz Mauro Pereira Martins, na decisão.
Segundo o MP, as explosões ocorrem pela falta de manutenção das instalações, de responsabilidade das concessionárias. Por isso, o MP também pediu a condenação tanto da Light quanto da CEG para realização de manutenção preventiva e substituição das instalações que estiverem com mais de 50 anos de operação, sob pena de multa.
Em nota, a Light afirmou que ' detectou a presença de gás em níveis explosivos em instalações subterrâneas localizadas nas proximidades da Rua Camuirano, junto à esquina da Rua Voluntários da Pátria, onde ocorreu a explosão que deixou uma pessoa ferida'.
"Duas tampas de caixas subterrâneas foram deslocadas, uma da própria Light e outra de concessionária de telefonia. As características deste acidente são semelhantes às verificadas no último dia 4 de Julho, na Rua da Assembleia, quando a presença de gás ocasionou o levantamento de quatro tampas de caixas de passagem de cabos".
Também na segunda-feira, a CEG afirmou em nota que não foi detectada a presença de gás em nehuma das duas caixas subterrâneas que apresentaram problemas em Botafogo . A empresa, no entanto, confirmou que, por medida de segurança, foram realizadas inspeções em outras caixas próximas ao local do acidente e, em duas, foram encontrados traços de gás. Apesar disso, segundo a concessionária, após análises laboratoriais ficou constatado que o gás verificado nestas duas caixas não é da rede canalizada que abastece a região.
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VÍDEO: Leitor flagrou momento em que fogo sai de bueiro no Centro
Alexandre da Matta, de 63 anos, que mora no prédio 91 da mesma rua, contou que sentiu forte cheiro de gás quando ouviu a explosão. Ele afirmou que já fez vários chamados para a CEG reclamando do cheiro de gás em seu edifício e que, na semana passada, a concessionária esteve na rua fazendo reparos na tubulação. Marcelo da Silva, que mora em um prédio em frente ao bueiro, também contou que a rua tem cheiro de gás constantemente.
O local recebeu uma vistoria do presidente da Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes do Crea-RJ, Luiz Cosenza. O engenheiro chegou a afirmar que apenas a presença de gás poderia explicar a explosão. Mais tarde, o Crea- RJ emitiu uma nota informando que, para Cosenza, um curto-circuito interno pode ter dado início ao acidente. Ainda de acordo com o membro do Crea, será necessária uma investigação para determinar se o gás era da rede da CEG. O conselho informou também que Cosenza se reunirá às 12h desta terça-feira com o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, para entregar o termo de referência que servirá de base para a contratação de uma empresa que fiscalizará os bueiros da cidade.
Explosão danificou moto, feriu uma pessoa e quebrou vitrine de sapataria. / Foto: Marcelo Piu - O Globo O Crea informou também informou na manhã de ontem que estuda alugar um aparelho explosímetro para realizar uma fiscalização independente nos bueiros.
Segundo o secretário de conservação, Carlos Osório, a prefeitura aguarda desde sexta-feira o relatório do Crea para poder iniciar o processo de contratação.
- O termo de referência, que está sendo preparado pelo Crea, vai indicar as especificidades e listar as empresa habilitadas a prestar o serviço. A partir deste documento, poderemos fazer a contratação emergencial por seis meses, já autorizada pelo prefeito. Este nem é papel da prefeitura, mas diante desta situação, em que perdemos a confiança na Light e na Aneel, tivemos que tomar a alguma atitude - disse Osório.
No sábado, um bueiro na esquina da Rua Voluntários da Pátria com a Real Grandeza soltou grande quantidade de fumaça por mais de uma hora e assustou quem passava pelo local . Técnicos da Light foram ao local e afirmaram que o bueiro pertencia à RioLuz. O problema foi causado por um mau contato em um cabo da rede elétrica. Preocupados com uma possível explosão, bombeiros chegaram a isolar o local.
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